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Dei resultado, fui demitida e esqueceram de mim. O problema dos controles históricos.

1) Dei resultado…

Laura foi contratada para fazer auditoria numa empresa de planos de saúde. Empolgada com o desafio contava ainda com o apoio do conselho que acenava com a possibilidade de crescimento na empresa com o bom desempenho. Trabalhava 12 h por dia. Estruturou uma equipe motivada. Não tardaram a vir os resultados já no primeiro ano. Resultados estes que provocaram mudanças profundas na hierarquia da empresa, liderada pelo conselho.

2) Fui demitida…

As mudanças no organograma deveriam atender a necessidade eminente. Escolheram o diretor de um dos hospitais outrora sob auditoria para execução da tarefa de diretor presidente. Laura, por ser jovem e ainda ter pouco tempo na empresa, ficou subordinada a uma antiga gerente que passou a responder ao diretor presidente. O conselho decidiu pelo próprio isolamento e delegou a maioria de suas atribuições, como preferiam dizer… Foi como colocar um bom policial na mesma cela que seu outrora, refém. Laura não durou mais 1 ano, depois de subordinada a quatro chefias diferentes, foi demitida.

3) Esqueceram de mim…

Não fosse o mal estar e transtorno na vida de Laura, pois estas demissões costumam cursar com “outputs” paranóides de menos valia subentrantes, ela ainda alimentava a esperança que um dia iriam valorizar seu trabalho.

Assumiu um substituto. Uma figura apática, sem a costumeira liderança da auditora anterior. Um ano se passou e foram averiguar os resultados do novo estilo na administração. Surpresa geral entre os funcionários subalternos que simpatizavam com a Dra Laura. Os resultados não mudaram, não foram ruins… Com a vantagem “marketiada” pelo sucessor que a estrutura foi enxugada, logo fazendo mais por menos… Um verdadeiro milagre! E o brasileiro, como bom cristão que é, está sempre flertando com um…

Partindo do pressuposto que não houve corrupção dos dados advogo que existem problemas básicos muito freqüentes na avaliação do trabalho nas empresas:

a)      Não definição prévia ou pobre definição dos objetivos como: baixar os custos com internações. Que tipo de internação ou que tipo de custo?

b)      Baixo controle de variáveis basais fundamentais na avaliação do confundi mento dos resultados, são elas: idade, sexo, intervenções concomitantes, gravidade, tipo de plano médico, renda familiar…

c)      Análise da intervenção/ equipe como desfecho/ resultado – observado na arrogante declaração de que fizeram mais gastando menos. O menor gasto com a equipe seria um resultado melhor? Não. Estão falando da intervenção! E quanto aos custos da internação?

d)      Utilização do desfecho – custo da internação – como uma medida de impacto setorial. Este desfecho só pode ser analisado na empresa como um todo, o que implicaria no controle de muitas outras variáveis preditoras, capazes de influenciar neste resultado.

e)      E finalmente a utilização de controles históricos, os resultados da Dra Laura, na comparação com a nova administração ou intervenção.

Controle é o conteúdo da análise que recebe a não intervenção ou a intervenção antiga, referência para comparação com a nova. Análises sem controles tem um grande potencial para resultados distorcidos, especialmente em mãos de pessoas que realizam mudanças que acreditam ser benéficas ou desejam comprovar sua competência em detrimento da dos demais. O controle deve diferenciar apenas quanto à intervenção. Eis aí o grande problema com relação ao estabelecimento de controles históricos, aqueles ocorridos anteriormente. Há duas áreas de grande incompatibilidade com relação a este desenho de análise, meio e sujeitos, dentre outras:

a)      Comparação em ambientes – locais diferentes – inviabiliza a análise. Pela diversidade, complexidade e distinção observada.

b)      Não há normalmente um critério seguro na inclusão dos sujeitos em controles históricos, logo não se sabe ao certo em cima de que tipo de paciente aquele resultado, da Dra Laura foi obtido. Os pacientes submetidos às duas intervenções podem ser muito diferentes com relação a vários aspectos.

c)      Fatores prognósticos, outras variáveis, só podem ser ajustados na seleção dos grupos controle e não controle. E com controles históricos este momento já passou.

d)     A qualidade de registros é normalmente muito ruim, faltando dados e com dados sujeitos a interpretações diferentes. Redução de custo médio, custo hospitalar ou média de permanência das internações?

e)      O número de desfechos em controles históricos é normalmente bem menor o que pode enviesar o resultado em favor da nova intervenção.

f)       A exclusão de sujeitos na nova intervenção é normalmente maior, selecionando um grupo mais susceptível a intervenção apresentando com isso respostas melhores.

g)      Há uma tendência de melhora com relação ao tempo, por uma série de pequenos ajustes nos processos, logo conquistas anteriores podem contaminar resultados futuros.

h)      Métodos estatísticos não corrigem desenhos ruins!

Com isso o resultado tende sempre a exagerar o valor da nova intervenção para melhor! Confundindo mais que clareando problemas, devendo ser evitado.

É claro que a incompetência reinou, Laura foi esquecida…

Dezesseis anos se passaram… Laura construiu seu próprio negócio e com ele pode levar uma vida confortável…

Quanto à empresa de plano de saúde… Bem esta depois de trocar de presidente quinze vezes nos últimos dezesseis anos, foi vendida para sua principal concorrente, depois de perder 2/3 de seu valor na bolsa de valores.

Laura continuou esquecida.

Meu chefe não faz nada e ainda ganha mais que eu! A variável de confusão.

Recebi esta carta por email, com um pedido de ajuda e aqui resumo alguns pontos desta conversa. Obviamente os nomes aqui tratados são fictícios para evitar problemas…

Meu nome é Marcos Ambrósio tenho 29 anos, trabalho com TI, desenvolvendo sistemas para uma empresa especializada em CRM (Customer Relationship Management). Em outras palavras sou eu que faço estes sistemas via internet que conversam com o cliente e criam um banco de dados que orientam no desenvolvimento de novos produtos.

Meu chefe tem 40 anos – chamemos de Dorival Junior – fez informática em algum lugar do passado, não sabe nada e ganha todos os louros do meu trabalho. O cara chega as 10:00 h da manhã no escritório, almoça do meio dia as três, pega o material comigo para reunião das quatro com a diretoria e as 18:00 h vai para casa. Sempre dando carona para alguma funcionária, geralmente as mais bonitas é claro…

Marcos? Só me tire uma dúvida? Ele não deu carona para nenhuma namorada sua nem nenhum pretenso romance, deu?

– Não.

– Ainda bem. Vamos lá então:

– Como vai a empresa que você trabalha?

– Muito bem, vem fechando muitos contratos.

– Como é este mercado?

– Muito competitivo.

– Existem muitos cursos que preparam especialistas como você?

– Sim, mas sou da opinião que quem faz o especialista é o aluno.

– Sei… As empresas concorrentes tem gente boa, como você, trabalhando pra eles?

– Sim e já até mandei currículo para alguns amigos meus por lá…

– Ok. Marcos, não tenho uma boa notícia para você… Seu chefe é o cara!

Imagine que estamos testando dois grupos, comum numa concorrência, certo? Como você mesmo disse, mais ou menos homogêneos, com equipes de especialistas afiadas, o que provavelmente não diferenciará muito os produtos, correto? Tecnologia de ponta em ambas as ferramentas, com uma inspiração a mais aqui outra ali… Eis que surge Dorival! A variável de confusão.

A variável de confusão é aquela capaz de influenciar o resultado sem estar na linha de frente, sem ser o produto oferecido. Confundindo a associação entre o Ambrósio, o sujeito que desenvolveu o sistema e o desfecho, a assinatura do contrato. Faz você pensar Marcos, que com sua expertise foi o responsável sozinho pelo resultado, mas não foi… Ele, o Junior, não pertence ao projeto exposto para o futuro cliente, corre por fora. Sua existência é elementar e deflagra a ação do Dorival. Ele é independente de você, ele é seu chefe, mas por mero capricho da hierarquia, as empresas não são comunistas. Afinal ele ganha mais que você. Por si só não é capaz de vencer a disputa, não é o produto, não está na linha causal, no processo que será avaliado para a decisão, o desfecho do contrato. Não faz parte obrigatória da licitação. Mas sabe como influenciar o resultado. Dorival Junior é o cara! Aquele que pode mudar a direção do negócio superestimar ou subestimá-lo. Fechar um acordo por um ano ou dois ao invés dos seis meses habituais. Conseguir exclusividade. Melar a licitação. Ou até mesmo garantir um bônus por desempenho para sua empresa. Não é meramente um intermediário entre o software de CRM e a assinatura do contrato. Tem vida própria. É o simpático, o amigo, o conselheiro, o sócio, o amante e até o “homem da mala”… O CEO (Diretor Presidente), o coloca ou o afasta do processo dependendo das circunstâncias… Seu poder geralmente não é conhecido, nem mesmo pelos funcionários da própria empresa. Por isso mesmo que quem leva sempre a culpa oficial pela perda de um negócio são os Ambrósios da vida… Para associar sua atuação com os resultados é necessário conhecer todos os elementos ou variáveis basais, aquelas que participam direta ou indiretamente do processo licitatório. E nem sempre isto é possível. Resultados muito drásticos/ significativos para um lado ou para o outro, merecem a suspeição da presença da variável de confusão. Ou os Dorivais de plantão…

A vida “fácil” do seu chefe resume-se em longos almoços, para aproximar pessoas. São estas aproximações que alavancam negócios, isto é marketing de relacionamento! Dorival Junior foi esculpido na escola da vida, destas histórias que reserva vaga para poucos… Caronas para funcionários? Conscientes ou não são informantes internos da empresa que suprem suas longas ausências. E aqui entre nós, chegar as 10:00h depois de um bom café da manhã com as mais bonitas, é bom demais! Afinal ninguém é de ferro…

Abraço e boa sorte, Edgard.

A licitação do Bolão. O problema de avaliar pela média.

As licitações resolvem os problemas de custos das empresas? Como funcionam licitações em empresas que detêm o monopólio do mercado? O único ou o grande empregador consegue obter o melhor resultado com esta prática?

Bolão era o dono do supermercado em uma cidadezinha do interior. Rei do pedaço, seu poder só se equivalia ao dono da fazenda local, Dr Armando, que mal ficava na cidade tamanha eram as condições insalubres de Piscinópolis. Era também o maior empregador local, o único fiador e filantropo daquela problemática região a qual obviamente já havia sido até prefeito. Ostentava ainda o título de morador mais rico, o que lhe incomodava, afinal como podia ter tanto e sobrar tão pouco? Comparado aos magnatas da cidade vizinha era um pobretão…

Não diferentemente de Piscinópolis se comportam alguns mercados neste país. Governo, seguradoras de saúde, empresas de cimento, sindicatos e alguns setores de bebida e alimentação saem da condição de “empresa” para “mercado” quando por seu gigantismo passam a ser o alvo único ou principal de diversas empresas menores. Sem as características peculiares que regem um mercado livre como autonomia e flexibilidade, aquilo que definem passam a valer para todas as outras empresas do setor, impõem suas condições aos seus fornecedores, não sabem negociar, só barganhar e o que parecia ser uma vantagem competitiva transforma-se no “piscinão do bolão”…

A decisão estava tomada. Vamos baixar os custos da empresa! A saída para evitar os corruptos e alcoviteiros é uma licitação clara e transparente. O alvoroço foi tremendo! A faxina também… A redução de gastos com serviços terceirizados no primeiro semestre chegou a quase 50%. Condições mínimas curriculares e decisão pelo menor preço, obviamente fizeram parte do pacote licitatório. O supermercado contratou uma empresa acostumada com este tipo de concorrência para tocar o projeto e como não dispunha de muita grana negociou um percentual da provável redução dos custos como pagamento à contratada.

Objetivos atingidos. Um ano depois veio a ressaca… Os problemas aumentaram! Reclamações de clientes e prejuízo financeiro basicamente. O pouco lucro que ainda dispunha evaporou! E pasmem… Qual foi a solução ensaiada pelos contratados? Nova licitação!

Dominado por um segundo de iluminação, Bolão esbravejou:

– Chega! E decidiu ele mesmo ver o que estava acontecendo:

1)                            Primeiramente identificou que as pessoas que lhe prestavam os serviços licitados permaneciam as mesmas, logo não parecia ser um problema de pessoal, até a quantidade era adequada.

2)                            Seu único, por assim dizer, possível concorrente, não havia crescido no período de forma significante, logo não parecia ter perdido mercado. As pessoas ainda compravam o mais barato.

3)                            Os custos com os serviços licitados estava realmente menor.

Então qual era o problema? Como que uma empresa que dava um discreto lucro, depois de ter passado por um processo longo e desgastante que foi aquela licitação, estava dando prejuízo? E de pergunta em pergunta foi descobrindo:

Os custos com os serviços, não licitados, ligados a toda e poderosa fazenda do Dr Armando que gozava de uma quase exclusividade duplicou.

Os responsáveis são os auditores! Gritou Bolão! Como foram deixar passar isso e aquilo… Foi quando uma funcionária recém contratada da cidade vizinha lhe disse:

1) – Também… Licitar empresas que vão fiscalizar outras não licitadas dá nisso!

A obviedade assustadora da colocação sapecou um grande silêncio e conseqüente reflexão em Bolão… Percebeu ainda que:

2) A licitação havia mantido os serviços minimamente, mas acabado com a gestão que as mesmas empresas faziam anteriormente.

Desmotivados os mesmos, mas “novos” colaboradores não queriam mais se indispor com os “Armandistas”, partidários da fazenda do Armando. Perderam a crença em resultados, outrora obtidos em empresas que perderam a disputa. Se cansaram de limitar a insaciável gula por “direitos” dos clientes do supermercado e de questionar suas chefias diretas. Estava tudo certo… Estava tudo errado. Os colaboradores eleitos pela licitação descobriram que flertar com o pessoal da fazenda poderia ser a solução. Novas oportunidades e quiçá, receita adicional…Na verdade estas empresas haviam aceitado os valores impostos pelo supermercado apenas para não perderem o cliente, o emprego… Os funcionários eram os mesmos! Haviam migrado para as empresas concorrentes vencedoras da licitação. É muito difícil dizer não para um cliente que é o mercado. As empresas escolhidas passaram a ser meramente uma empresa de recolocação de pessoal, a ordem era prestar os serviços contratados com todas as exigências da renovação que não eram poucas:

3) Eram tantas exigências, detalhes nos contratos firmados que os contratos perderam a pegada, o foco no resultado. O medo de que essas empresas eleitas não cumprissem o contrato, dominou o negócio.

4) A decisão que norteou a maioria das licitações, foi um “equilíbrio” uma média, entre o menor preço e o melhor serviço.

Aquelas empresas consideradas Premium, algumas que recuperavam uma quantia significativa de dinheiro para o supermercado, foram classificadas como empresa A. B para as mediana e C para as insignificantes. Este critério qualitativo não contemplava a quantidade de dinheiro recuperada pelas empresas. Escolhida a empresa B na licitação por ter um preço menor que a A e ter uma classificação razoável, não representava a real diferença de resultados entre A e B. A escolha de parceiros médios, misturando conceitos qualitativos com quantitativos traria resultados no máximo medianos. E na mediana os valores extremos não interferem na média. Os piores, mas também os melhores resultados são naturalmente excluídos. Decisões ponderadas baseadas na opinião média não trazem resultados significativos, mantém o status de “isenção” dos funcionários do supermercado, mantendo o equilíbrio de forças interno, e o desequilíbrio nas contas…

Dois meses passaram…Bolão colocou a recém contratada como CEO do supermercado, passou a fazer contratações baseadas em resultados e performance, perdeu 20 kilos e enfim pode gozar de férias…

O empresário placebo

Estamos todos obsessivamente em busca da verdade, funciona mesmo ou não, dá resultado ou não dá resultado, é bom ou não é… Enquanto desviamos nosso olhar para a pureza destas respostas, a evidência, nós deixamos de ver o óbvio. Exemplificando recentemente Stallone, o astro de Hollywood, entre gravações de seu último longa metragem numa floresta brasileira, ao ser advertido pelo IBAMA pelo barulho produzido nas filmagens, prejudicando então os macacos residentes, indagou: que macacos? O fato é estarrecedor, pois embora não os visse dentre as árvores, a falta da evidência, a fez crer que não existissem… Que me perdoe Descartes em sua célebre frase “penso, logo existo”, mas apropriadamente neste caso: se não vejo, penso que não existe…

Mauro podia ser um destes macacos que Stallone não viu, um brasileiro formado em Oxford, desfilava um currículo invejável: MD, PhD, CEO e VIP voltava ao Brasil. Rapidamente requisitado por empresas, ministrava palestras. Terno impecável e dono de uma requintada sistemática debulhava generosamente sua cartilha para ouvintes que imediatamente respondiam com muita emoção. Os resultados positivos de Mauro para as empresas eram observados imediatamente: melhora no ambiente organizacional, aumento de produtividade e conseqüente lucro financeiro.

Estava tudo indo muito bem até que a assessoria de imprensa de uma das empresas clientes de Mauro disse: esse cara é placebo! Placebo tecnicamente falando é um termo usado para expressar um efeito positivo oriundo de uma “falsa” intervenção. Sem, seu princípio ativo, a substância, o “conhecimento verdadeiro nuclear”, conteúdo ou centro, estas intervenções transformam pelo que está ao redor delas, a casca, seus contextos e suas circunstâncias. Agem por mecanismos de ação que agora a ciência vem revelar:

1)                            Expectativa: é o principal mecanismo de ação destas intervenções. Palestrante famoso, com títulos no exterior, reforçado pela aparência impecável, ambiente suntuoso e atitude generosa deixava os ouvintes excitados com a possibilidade de encontrarem ali a solução para seus problemas, antes mesmo de ouvir o que tinha a dizer.

2)                            Condicionamento: a sistemática requintada que propunha a seus ouvintes requeria esforço e dedicação. O ritual criado para que fosse repetido sempre ao chegar ao escritório tinha a força de uma oração. Relembrava as pessoas de seus objetivos cotidianamente moldando as suas atitudes ao longo do dia.

3)                            Motivação: falar ao coração das pessoas dava mais motivos, energia, àqueles que arduamente garimpavam uma oportunidade. Sem abandonar a razão, esta residia na boa explicação que encontrava, em sua imaginação, para fenômenos comuns. Reforçada ainda pela constante busca por significado ou propósito que retirava de fatos considerado por muitos aleatórios… Tudo isso, conspirava em direção a premiação final… “O topo, o céu”.

Valendo-se da evolução natural creadora e multipartidária que a vida possui, atribuía seu resultado positivo humildemente a Deus. A despeito desta ou daquela empresa mais sisuda ou crítica em busca de um “DNA da verdade”, 50% de resultados positivos não eram de se jogar fora… Desta forma nosso palestrante paulatinamente conquistou simpatizantes, arrebanhou adeptos e criou súditos até constituir a Igreja Universal PARATODOS e se tornar, o pastor Mauro.

P.S.: Stallone continuou sem encontrar evidências de sua existência…

O Tempo e o Vento

Este ano aprendi algumas coisas sobre a natureza e com vocês desejo compartilhar este sentimento. O Tempo é vida e o Vento também, mas nascimento e morte, isso é coisa do vento… Do Tempo, vem essa mania de ser primeiro, como o “chincheiro” que com o pó chama o Vento. Este, sem pressa, como que acometido pelo acaso, executa a ópera no bravo com problema de escuta, que como uma puta vende sua história ao capricho do Tempo. O tempo obedece, o vento rompe, o tempo engana, o vento clama, o Tempo é óbvio, o outro desengana. Um cansa o outro espanta, cria, evolui e submete. Revela-se na dor e no autoconhecimento… um sinalizador. O Tempo é entretenimento, a paixão, os colegas e a moral. O Vento é o costume, a disciplina e o desigual, o amor profundo, amizade madura que perdura… O tempo quer… O Vento é… O Vento persiste, o Tempo insiste, ilude e mente. É o poder, a massa que engorda, a vaidade que enrola. O outro como a bigorna, transforma. Um passa o outro fica e ao que tudo indica não está na necessidade, mas confiança. O Vento é pai, mãe e irmãos e antes de tudo isso a sua vocação e talento, a contribuição ao espaço, a solidez do mormaço. E fique esperto, pois também é a doença, a trajédia e a cura, como a água mais pura, o Vento é “Deus”… E o Tempo, ah o Tempo… Ao contrário do Vento que é movimento só distrai…

O viés de observação e as tragédias de Joões e Marias

Em reportagens recentes vimos que tanto no buraco promovido pelas obras do metrô em São Paulo sugando veículos e abalando casas quanto as “chuvas” que em Niterói, no Rio de Janeiro, derrubaram barracos na favela do Bumba, provocaram reações diversas e curiosas nas vítimas. Umas correram para salvar vidas, outras documentos pessoais e vejam só vocês, há aquelas que se arriscam para salvar panelas e calcinhas… Sim senhores, calcinhas! Estive refletindo sobre isso e percebi que de forma similar os itens de segurança de um carro são menos valiosos do que acessórios de conforto na hora da venda. Mais gente gasta com cabeleireiros que com consultas médicas, seguro de vida ou planos de saúde. E apesar da multiplicidade de razões para isso, uma parece ser central… O viés!

Maria, 35 anos moradora de classe média teve seu “ap” rachado pelas obras do metrô. Seu João, 65, morador da favela, viu seu barraco escorregar morro abaixo sentado num bar durante uma enxurrada. O que em comum tem estas duas tragédias?

Maria, contadora dirigia uma pequena empresa própria, trabalhava 14h por dia e no final do mês “rebolava” pra pagar as prestações de seu carro zero. João, auxiliar de enfermagem aposentado, levava uma vida tranqüila e pacata dividindo seu tempo entre o bar do Pepe e os “churrascos de gato” que a vizinhança promovia. Ambos foram entrevistados logo após as tragédias com a seguintes perguntas: Qual a responsabilidade do governo nesta tragédia? E agora?

Maria disse que processaria o governo do estado, pois tinha o direito de entrar na casa para retirar seu carro ainda não quitado. João pediu ajuda de Deus e da prefeitura para conseguirem retirar os companheiros debaixo dos escombros.

Eis o primeiro viés, na informação. Um repórter, entrevistador, se quer se aproximar da verdade não pode propor suas suspeitas na pergunta, pois isto sugestiona os entrevistados como no caso de Maria. É como colocar o veredicto antes da acusação, o óbvio atrapalha a verdade.

Curiosamente nenhum dos dois se quer citou ou temeu pela perda de sua moradia naquele primeiro momento. Parecia ser, o carro para Maria e seus vizinhos para João, a verdadeira perda. Eis o segundo viés na observação das vítimas. Damos mais valor àquilo que nos conforta do que aquilo que nos dá segurança. Dez entre dez pessoas perguntadas de forma mais adequada sobre o que é mais importante para vítimas de uma tragédia provavelmente diriam moradia, alimentação e cuidados médicos. Pessoas que passaram por tragédias tendem a pensar mais sobre causas, conseqüências com critérios muito pessoais de valoração, não sendo assim os únicos sujeitos adequados a escuta na busca de aproximação com a verdade. Para Maria era seu carro que aliviava a dor. Dor de um dia extenuante de trabalho, dor esta que aumentaria caso lhe restasse apenas a prestação. Para seu João, a solidão, distraída pelos churrascos da vizinhança era o que atenuava sua dor. Assim como nas moradias de João e Maria não costumamos valorizar nosso corpo enquanto não dói… Valorizamos aquilo que este corpo pode nos proporcionar: o prazer, o conforto e o alívio. Evacuar, urinar, embelezar-se, dormir ou gozar é muito mais importante que cuidar, manter ou trabalhar. Este desvio de nossa atenção para um foco secundário não nos permite evoluir. Nos coloca na gestão das urgências e longe de estratégias futuras. Só nos trazem soluções temporárias. Assim como os analgésicos que aliviam a dor, mas não resolvem os problemas de saúde. Conforto e prazer são sinônimos de saúde e para isso basta um comprimido de Viagra…

O viés é erro sistemático, no desenho, na estrutura de uma pesquisa que influencia negativamente ou positivamente resultados afastando-os da verdade. Entrevistadores não isentos, perguntas mal formuladas, informações mal distribuídas ou captadas, com foco não abrangente em um tipo de participante, segmento ou problema, direciona o resultado e a culpa para o governo, o carro da Maria, as chuvas do Rio de Janeiro ou até mesmo para a comunidade do João… Menos para a verdade!

Uma sociedade enviesada para o prazer e o consumo, que tenta afugentar a dor, progride, mas não desenvolve. A diferença é que no progresso as coisas continuam como estão. Os problemas continuam ocorrendo e se repetindo. O que melhora é a velocidade e a quantidade de soluções temporárias. Continuamos a viver em castas com 10% da população controlando 50% da renda deste país. Continuamos a exercer a medicina de robôs, placas e parafusos, comprimidos diários necessários a sobrevivência, sem correções de rumo, sem aprendizado real, sem evolução. Permanecemos num lugar em que os relacionamentos e a eugenia se sobrepõem as competências, ao conhecimento e a democracia de direito. A democracia como direito de todos só é atingido pelos que tem poder para acessar o estado e este, uma vez dominado, apenas cobra dos cidadãos, perdendo sua função de servir.

O salvamento de vítimas com conseqüente “churrascão sem custos”, oferecido pela prefeitura a comunidade do seu João e o carro com motorista cedido à Maria pelo estado, aliviaram a sua dor, conquistaram seus votos e os fizeram esquecer dos problemas. Pergunto: a intervenção rápida do estado resolveu o problema dos deslizamentos em morros e obras levianas? Não. Mas inocentou o algoz…

 

O buraco e os Elos perdidos da saúde

O buraco e os elos perdidos da saúde
Foi em São Paulo próximo a nova estação do metrô, em construção, que se revelaria aquilo que só se guarda em caixinhas bem fechadas. Fruto provavelmente de algum super faturamento, com o rotineiro sub provimento que, de repente, fez-se um buraco em São Paulo.
Abduzidas foram as casas adjacentes a obra e com elas seguiram algumas almas perdidas. Horas depois do “vácuo” e antes do isolamento viam-se pessoas que tentavam encontrar dentre os destroços aquilo que de maior valor possuíam em suas residências. Lembro-me de um senhor a procura de seus documentos, outro desesperado por rolos de filmes, e uma terceira clamando por suas calcinhas… Se há alguma coisa em que somos diferentes nesta vida está em nossa escala de valores. Valores estes pelos quais devemos conduzir nossas vidas. Ao contrário do “hobie” que praticamos na tentativa de relaxar e quebrar a rotina do trabalho, valores são algo que temos de perseguir com a mesma intensidade que os três procuravam por aqueles objetos ou “elos perdidos”.
Investigando um pouco mais descobri que àquele à procura dos documentos era garçom e frequentador da igreja evangélica. Os filmes tratavam-se de conteúdo familiar, aniversários, encontros natalinos… E a danada da dona das calcinhas? Minha imaginação foi longe…
Foi então que com um pouco mais de conversa, o garçom foi me dizendo que não suportava mais seu trabalho, pois era obrigado a vender aquilo que Deus condenava, bebidas alcoólicas! O cineasta revelava saudades da época que sua família se reunia e que por desavenças particulares e até por disputas de herança, após a morte de seus avós, ninguém mais se encontrou nem nos Natais… Naqueles filmes estavam as melhores recordações de sua vida. Perguntei a ele se tinha constituído família, respondeu que sim, mas que lamentava o fato de que não passamos nem 50% de nossas vidas com as pessoas que mais amamos…
O buraco do metrô, assim como a vida, representa as mudanças súbitas que sofremos. Ao roubar moradias acabamos por lamentar mais pela grandiosidade de pequenos objetos desaparecidos. O “funil” orquestrado por homem e natureza deixava o garçom à procura de seu registro perdido, a ilusão de que um documento de plástico o faria viver uma única identidade de valores em casa e no trabalho, sob um único Deus. Deixava também o rapaz só, com a tristeza agudizada pela ausência de amores, a afetividade familiar que possivelmente não conseguiu reeditar.
E a moça das calcinhas, procurava o quê? Foi quando adentrou em meu consultório a maior de todas as estórias, uma “menina” frágil de 45 anos trazida por uma cliente mais antiga. Queixava-se de uma alergia importante vulvar. Curiosamente ao ser examinada vestia calcinhas de algodão com um conhecido personagem infantil. Foi quando investi com humor na descoberta: “preferes o Pateta ao Mickey, por que não escolheste o rato?” A resposta veio na mesma velocidade: “porque o rato já conheci na minha infância, se chamava pai e era aqui que destilava seu beijo de boa noite”.

Samanta, a maçã e a cura. Probabilidade X Diagnóstico e Terapêutica

Operadora de telemarketing trabalhava 6 hora por dia. Em frente, um computador sempre fora da rede, ao lado, um fone de ouvido que não parava de gritar e atrás, uma gerente que pressionava por produtividade. Nome de feiticeira, corpo exagerado e sensibilidade de menina, Samanta se virava nos trinta… Durante o expediente sentia uma leve dor lombar. Atendida pela turma da ginástica laboral, saiu o primeiro diagnóstico e tratamento. Parecia que os exercícios melhoravam a dor. A procura do que a molestava, o cardiologista fez um diagnóstico cardiológico, o psiquiatra um psiquiátrico e o ginecologista um ginecológico e é claro que o fisiatra recomendou fisioterapia. Hoje em dia ou você acerta na “loteria” quando tem um problema de saúde ou vai sair por aí cheio de diagnósticos e tratamentos pouco eficazes. Não que tenham sido inventados, pois Samanta estava mesmo com a pressão levemente alterada, ansiosa e com um corrimento recidivante. Mas buscar a cura desta paciente tratando sistemas isolados é o mesmo que tentar conduzir uma vaca puxando pelo rabo. A propósito o endocrinologista falou numa tal de síndrome metabólica…

Meses se passaram e apesar da melhora, Samanta ainda não se sentia confortável. Uma boa amiga lhe recomendou uma psicóloga que atribuiu seu mal estar aos conflitos com a mãe, o sexto diagnóstico. Como não podia trocar de mãe e seu plano não reembolsava as consultas para a reposição materna virtual, interrompeu a terapia.

Como é possível tantos diagnósticos para uma só criatura? Talvez a resposta não esteja apenas na empresa do mal, nos doutores do bem ou na paciente problemática. Talvez o problema esteja no processo de diagnose e tratamento.

Imaginemos uma maçã. Isso, por dentro podre, por fora viçosa. Assim estava Samanta. Como chegar ao núcleo podre? Podemos usar uma faca e cortar pedaços, tangentes da maçã, até encontrarmos a zona escura. É ou não semelhante ao que se faz em cirurgias e quimioterapias? Podemos também como nossas avós, descascar lentamente essa maça da periferia para o centro até revelar a podridão. Assim foi feito com Samanta, retirando a casca, bloquearam respostas fisiológicas compensatórias periféricas com anti hipertensivos, ansiolíticos e cremes vaginais. Terceira opção: olhar pacientemente para a maçã até encontrar aquele pontinho mais escuro, a ponta do iceberg, que nos leva ao desenganado, proposto pela psicóloga. Parece óbvio que tanto na primeira quanto na segunda estratégia ficaremos mais cedo ou mais tarde sem a maçã e isto de fato deve ser uma opção terminal. Mas, também ver o pontinho e dizer que o problema está internamente próximo ao caroço, não é terapêutico. Afinal são nos caroços, pai e mãe, que sempre está nossa origem biológica. Identificar e destruir a origem visível não resolve a enfermidade! Ou vocês acreditam que os antibióticos curam 100% das infecções bacterianas? Sem um trabalho continuado de desenssibilização dos “pontinhos obscuros”, reeducação física e mental, não acabamos com o sofrimento. É incrível que ainda nossa modalidade principal de diagnóstico e tratamento são baseados no corte de maçãs…

Vitimados por um viés matemático, nossa visão probabilística direcionada para o diagnóstico e a terapêutica busca o comum, o provável e nos ensina subliminarmente que ao excluirmos um pedaço da maçã aumentamos as chances de nos aproximamos do problema, o que é verdade. Destruímos o fruto, pois o erro é bem vindo no mundo probabilístico, pois aumentam as chances de acerto. Identificamos e tratamos probabilidades! Enfim, a pergunta é inevitável: Este é o melhor meio para decisões individuais em saúde? O que fazer diante deste paradigma?

Nem todos os meios de diagnóstico e tratamento se baseiam em probabilidades! Um olhar para o raro, diferente, incomum, não populacional, porém intenso, por contaminar todo o universo pessoal do enfermo, pode orientar uma terapêutica peculiar e específica para a cura.

Samanta depois de um longo penar encontrou o que precisava e como num feitiço diminuiu a ansiedade, se livrou dos anti hipertensivos e o corrimento desapareceu. A propósito sua mãe continuava a lhe importunar e seu trabalho também…

Sobre lobos e ovelhas

É singular dentre todas as questões da humanidade, a frenética necessidade que o homem tem em revelar verdades e mentiras. Tão eloquente quanto, são os consequentes rótulos que se seguem dividindo a mesma humanidade entre: honestos e disonestos, bons e maus, pobres e ricos e bonitos e feios. Para mim estas questões são sempre confusas, tem dupla face, em cada perspectiva um olhar diferente… São como mutações só possíveis de definição fotográfica, na velocidade de um flash. E é nesta mesma velocidade que as pessoas decidem, precipitadamente, entram em pânico e a solução normalmente fica pior que o problema. É por este motivo que neste breve texto decidi escrever sobre pessoas e não sobre circunstâncias… O conhecimento sobre pessoas é mais sólido que julgamento sobre as atitudes delas mesmas. E é com este objetivo que me atrevo a dissertar sobre lobos e ovelhas. Predador e presa. Culpado e inocente. Que me perdoem os verdadeiros Lobos e as Ovelhas…

Ovelhas normalmente não conseguem se passar por lobos ao contrário destes últimos, que facilmente se comportam como ovelhas. Pervertendo a ordem natural universal: nascimento, crescimento e morte, antecipam este último elemento aos primeiros. Não é tão difícil reconhecer lobos se passando por ovelhas quando temos tempo e paciência para observação. Os lobos, trabalham encurtando o tempo, urgenciando soluções e determinando diagnósticos, levando medo as ovelhas. No intuito de desgarrarem o bando, tornando as ovelhas presas mais fáceis. Menos numerosos que as ovelhas, não tem o dom da creação, somente o da morte. O encerrar de relações, amizades, famílias e afetos, o amor que liga o grupo de ovelhas. Astutos os Lobos esperam a hora de agir normalmente quando as ovelhas perdem seus líderes-pastores, agindo rapidamente. Não tem compaixão, mas demonstram muita emoção, se parecem com ovelhas, feridas ou isentas – apartidárias, são capazes de deitarem-se ao chão para que o bando passe por cima, como um tapete de falsa humildade. Não se contentam em caçar uma ovelha, deliciam-se com a ruptura do grupo, pois sua verdadeira fome é de vingança. Vingança esta que sua própria inveja e “a-bando-no” cunharam. Lobos são vaidosos, querem do bom e do melhor, só agem por interesse e se afastam quando nada mais tem a ganhar… Lobos acusam sem ofender, ovelhas ofendem sem acusar, não guardam rancor, são movidas pelo momento pelo salto das que lhe antecederam. Devotas ao que lhes foi ensinado agem repetidamente da mesma maneira. Tem seu olhar somente para sua família, não para a matilha. Lobos tem visão estratégica, mas nada criam. Ovelhas são míopes, mas procriam.

Logo ao se depararem com uma situação difícil em que lobos e ovelhas se misturam sem distinção, não tomem decisões precipitadas, lembrem-se que os lobos só são vencidos pelo cansaço e pela fome de não conseguir devorar, destruir a unidade e o amor. A coesão enfraquece o coiote. A convicção no ser bom, arremete para longe atitudes equivocadas e reflexas que este mesmo ser – por hora – com medo dos canibais toma precipitadamente. Coisas que podem ocultar e de palavras que podem ofender. As ovelhas sempre voltam para a sua família, para o seu pastor. Se perdem com a ausência do pastor. E quando não o fazem, passam uma vida envergando lobos em torno de si… As ovelhas transmitem esta noção de unidade e amor para seus filhos… E quando vão embora nos sentimos sem ter com o que nos aquecer…

Sobre o parlamento inglês, a ciência e a homeopatia

Sou médico homeopata há 20 anos e doutorando em medicina preventiva pela USP, São Paulo. E fico surpreso toda vez que vejo na mídia inferências políticas sobre a homeopatia. Desta vez o parlamento tenta acabar com verba mínima destinada ao estudo deste setor (500 mi), uma vez que gasta 13 bi com a medicina tradicional estatizada. Por estas razões tento explanar sobre alguns aspectos lógicos.

1) É verdade que os trabalhos relacionados a homeopatia, na chamada medicina baseada em evidências, são fracos e com muitos problemas metodológicos, afinal sem investimento privado algum nesta área e com pouquíssimo investimento público, estas pesquisas são dependentes de alguns heróis que abdicam de comprar um carro ou apartamento para fazer pesquisa.

2) Há um questionamento preliminar se estes estudos devam ser realizados no modelo epidemiológico tradicional, pois a homeopatia como a psicologia e a fisioterapia propõem tratamento muito individualizado, não sendo recomendado investigação populacional. Afinal a única coisa em comum com a medicina tradicional é que usa medicamento, mas sequer a escolha deste é dada em cima pressupostos fisiológicos similares a alopatia e a enantiopatia.

3) Existe um problema enorme na Europa com relação aos profissionais que exercem a homeopatia, não são médicos em sua maioria. Este sim é um problema maior, pois existe muito erro relacionado ao não diagnóstico e há omissão de tratamento necessário.

4) A homeopatia parece ter menos atuação sobre doenças e uma atuação ímpar sobre as enfermidades (sofrimento que rodeia a doença) o que coloca a assistência médica diante de um front inexplorado pelos programas de saúde pública e prevenção. Podendo vir a ser uma ferramenta poderosa na redução de custos numa área que ainda não encontrou uma saída efetiva e eficiente.

5) A homeopatia existe há mais de 200 anos apenas por proporcionar melhora aos seus pacientes, não se constituindo nenhuma seita, partido ou corporação, não está nem no curriculum das escolas médicas o que a meu ver, só aumenta a ignorância do profissional de saúde, cada vez mais doutrinado a prescrever “receitas de bolo”, perdendo inclusive a capacidade para resolver possíveis efeitos colaterais correlacionados.

Após esta argumentação convido os leitores a fazer um julgamento particular se:

1) Os investimento em pesquisa nesta área deveria aumentar ou diminuir.

2) Se a regulamentação, atribuição principal de um congresso ou parlamento não deveria ser em relação aos profissionais que a exercem e a regulação das escolas médicas, aptidão dos cursos e pós graduações. Afinal a quem verdadeiramente interessa a saúde, o paciente, este continuará a usar e a procurar alternativas… A menos que sua experiência seja nociva a sua saúde, o que até o momento também não foi comprovado.

Enfim lhes digo que a ciência assim como a homeopatia tem problemas a solucionar… Não a sufocar… A ciência pode trazer a segurança que a homeopatia precisa para uma maior difusão e a homeopatia pode trazer desafios a ciência para melhorar suas observações. Então por que colocar político no meio, sufocando o pouco financiamento que existe de uma prática que há meu ver, tem muito a contribuir com o bem estar das pessoas…