O mundo virtual

“A folha toma a forma específica do carvalho, do bordo ou da bétula de folhas serrilhadas porque algo no vazio circundante governa o modo de ela se formar de acordo com sua espécie”- Goethe. Nem tudo é genético ou a genética não governa tudo, mas atua de forma interativa com o meio. E o meio é o vazio, o espaço entre um e outro indivíduo, que só existe quando através das relações se percebe a distância ou proximidade que nos encontramos uns dos outros. É na análise deste universo quântico que começaremos a desvendar o invisível. Nos utilizaremos de diferentes modelos, o valor destes modelos está em estabelecer uma definição, um padrão útil para medir aproximações. Nos valeremos dos arquétipos, modelos, que há 200 anos frutos de experimentações médicas, delinearam os chamados policrestos homeopáticos. Exploraremos as relações ancestrais que os dois maiores pecados morais: ira e luxúria, traduzidos sutilmente por Jung e Freud como poder e desejo interferem na saúde organizacional. É claro que o mundo virtual é bem mais amplo e fazem parte deste, também aspectos ambientais como: poluição do ar, sonora, visual, alimentos impregnados de metais e significativa carga hormonal, ondas eletromagnéticas dentre outros. Porém não sentimos, que estes elementos sejam tão relevantes nos processos patológicos endêmicos atualmente registrados: obesidade, ansiedade, depressão e criminalidade.

No excepcional livro de James Hillman, Tipos de Poder, que define poder como ser capaz, pura potência, não o fazer mas a capacidade de fazer, a energia oculta capaz de desempenhar um trabalho ou mudança. O desejo, muitas vezes representado como impulso sexual, na verdade é o estopim, a centelha que deflagra o poder como instrumento para a aquisição de um bem. Entender desejos passa pelo entendimento dos códigos de cada indivíduo, o que dá ou não prazer para cada um. Entender poder passa pelo entendimento dos códigos sociais do que é bom ou ruim – sucesso ou fracasso. Ambos têm obviamente conexões intrínsecas indivisíveis, mas podemos separá – los para melhor explicitação dá técnica. O poder exercido sobre um indivíduo, advindos dele próprio ou de outrem, poderá cura – lo ou adoece – lo, mas se perpetuado por longo período de tempo, mesmo que o considere como “favorável” levando – o a “ganhos” de qualquer natureza, irá adoece – lo. Assim são os miasmas, como uma crosta endurecida pela poeira que só o tempo é capaz de sobrepor e diferentemente de doença age como uma força que nos mantém encistados, impedindo de germinar. Em outras palavras as sementes são os nossos desejos e o poder, esta força que quando perversamente exercida sobre nós, detém nossos pensamentos, fantasias, sentimentos e hábitos num patamar inferior, de sofrimento.